Por: René Cordeiro
Membro Efetivo nº56
Não posso tornar sustentável algo que não existe. O que significa que tenho de fazer, de produzir algo, para depois sustentá-lo. Se tenho de fazer, de produzir algo, devo estabelecer um objectivo: só realizando-o, prosseguindo-o, a partir da identificação de condições que o permitam é que posso sustentar essa realização ou prossecução sustentando, com actualidade, estas condições.
Vem esta reflexão a propósito das breves palavras que proferi para apresentação do Módulo introduzido por Eduardo Catroga na recente Conferência da Maxyield – Clube dos Pequenos Accionistas, recordando Drucker:
“A Gestão por Objectivos diz a um gestor o que deve fazer. A própria organização do seu trabalho capacita-o para o fazer. Mas é o espirito da organização que determina se o gestor o fará. É o espirito que motiva, que apela pelas reservas de dedicação e de esforço que decide se ele dará o seu melhor, ou se faz apenas o necessário para ir andando”.
É simples adaptar este pensamento, feito prática, à organização-nação, se escrever esta em vez de ‘organização’ e substituir gestor por cidadão-trabalhador/político- decisor.
Acredito que se a organização-nação não tiver presente este pensamento na sua prática, auto-sabota-se: pretende comer antes de a refeição ser servida, não se transforma — de uma situação para outra desejada, porque necessária ― porque fazê-lo implica enfrentar-se a ela mesma, desafiando-se. Estabelecendo algum objectivo a prosseguir a prazo longo, adiando gratificações. O que exige clareza ideológica: ideias claramente expressas. Coerentes com o objectivo.
Só assim ela gerará o espirito necessário para dar o seu melhor.